Aprende
de forma dolorida. Mas da forma mais bonita possível. Aprende que cada
pedaço seu, arrancado pelas dores dos caminhos, pode ser coberto por ela
mesma, que pode ser costurado com os retalhos mais bonitos pelas mesmas
mãos que seguram suas quedas. E assim vai juntando pedaços de tecidos
com as mais diversas estampas, com os mais lindos sentimentos e com as
melhores certezas. E, ela mesma, ao ter descoberto as forças das suas
mãos, costura ponto a ponto cada pedacinho de retalho e vai cobrindo
todas as cicatrizes que a vida te deu. E vai fazendo uma linda e
colorida colcha, aprendendo, cada dia mais, que sabe costurar, que sabe
bordar coisas lindas, percebendo que suas cicatrizes continuarão lá, mas
que não precisam ser escavadas a todo momento. E reconhece que essas
feridas que trouxe da vida lhe deram o que há de mais bonito: sua
percepção de saber que pode, de saber que é! E ao perceber sua linda
colcha de retalhos, formada por todos aqueles lindos pedacinhos,
pedacinhos doados por quem se ama, por quem se importa, vê
nascer algo leve. Algo tão leve que o vento leva e que pode ser visto ao
alto, dançando na melodia que a vida toca. A menina viu sua
transformação. De pedacinho em pedacinho colorido, se viu capaz de voar.
Se viu nascer borboleta. Se viu nascer mulher! Forte! Inteira! Completa
e cheia de amor por todas as suas cicatrizes que te trouxeram seus mais
belos retalhos." (Desconheço o autor)